segunda-feira, 27 de agosto de 2012

CTVR LIVE GOIANIRA

Aqui vai um vídeo de mim tocando com um brother que tive a oportunidade de conhecer: Rubem Zachis. Rock n' roll, pé na estrada. Além da Cativeiro, esse camarada tem uns trabalhos solos. Pra conferir é só acessar os links aí http://www.myspace.com/cativeiro/music e http://issocerteza.blogspot.com.br/2011/08/hecho-en-bolivia_02.html, nesse último é só procurar que tem outros cds também. Ó o vídeo:


sábado, 25 de agosto de 2012

AO CACHORRO MALDITO


Poema escrito por Diego El Khouri.
No violão, Ivan Silva.


AO CACHORRO MALDITO

(Por Diego EL Khouri)

(Ao Marcos Alves Lopes)

Da merda que Marcos fala
a merda pura
e concentrada
é merda real e abstrata
essa merda que ele fala.


Merda com feijãosinho preto
cagada em noites de luar
e desejo.
Merda com pedacinhos de milho
mastigada pelo seu próprio filho.


Merda que fala Poesia
aquela que ele chama Vida.
Na chama que chamisca o dia
Merda pendurada
do lado de uma solitária pia.


Ó Merda que vos fala
ó Merda que ele fala
ó Merda que eu falo
semelhante ao meu falo.


Falo que não fala o que falo
que eu cago e cago na lata
cagar porçãosinhos de amor
do cú desabrochando a flor.


Merda assim merda assada
a Merda que o Marcos fala
é poesia abstrata
terreno profético dos dias
essa merda cantada.


http://molholivre.blogspot.com.br/2011/05/ao-cachorro-maldito.html

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Poema de Diego El Khouri, violão Ivan Silva



NA PORTA DO FUNDO

(Por Diego El Khouri)

Falei tudo que tinha que dizer,
ninguém me ouviu.
Estive perdido em náufragos absurdos
e ninguém me encontrou.
Agora aqui, imundo e só,
escuto vozes que não eram para serem
escutadas,
encontro seres que não eram
para serem encontrados,
molesto corpos que não eram para serem
molestados.
No fundo sou vil, desesperançado,
ingênuo
e isso ninguém me tira.


INFÂNCIA

(Por Diego EL Khouri)

Lençóis na cama
janela dourada
paredes brancas
de um veludo que encanta...

Colchão limpo
roupas no varal
o beijo na face
na manhã dominical...

O sonho de outrora
nos braços de agora
que se ergue e se move
na densidade afora...

barulho de meninas
límpidas como haxixe
onde a beleza marca o rosto
na volúpia que não vistes.

Na fronte que o peito chora
beijo que morde e cora
há uma agonia que sofre
ao lembrar da inútil ordem.

Vales no campo do quarto
nudez na parte contrária
sombras que emergem do nada
na infância imaculada.

Infância de um tempo perdido
sentida na fome cortada
ainda havia beleza
mesmo que uma beleza toda errada.

Fotografia olhada de esgueio
fraticida momento de sonho
cheiro de bolo corrói a fome
estraçalha, seduz e some.

Aos "tabernáculos da fé"
que o vício devora e conduz
há portas fechadas que se esmeram no acaso
a ponto de cessar toda a luz.

Por isso devoro o Agora
na dança vulgar da memória
divertindo a formidável Morte
como meretriz, como deus, como sorte.

Cicatrizes na barriga violentada
arcanjos submissos ao Nada
ontem como anjo vil sem lei
bebi toda bebida roubada.

Agora só sem memória sem passado
a infância me foi outorgada
não tive nenhum amigo
que libertasse essa alma aprisionada.

Agora só sem memória sem passado
o medo me foi usurpado
falo do meu tempo, dos meus vícios
das paredes que me foram mostradas.

Agora só sem memória sem passado
tenho na bílis os venenos mais tóxicos
na face o sorriso mais mórbido
e na alma um deus vomitado.

Amores eu tive, alguns eu fingi
e tudo vai se clareando
na correnteza sutil
que o pensamento vai levando.

Agora só sem memória sem passado
o que eu vi não está errado
era sim um menino inventivo
que se violentava em seu delírio.

Era sim um menino cheio de chagas
no deserto sujo da alma

colhendo os dejetos da alma
colhendo os dejetos da alma
comendo as fezes da alma
molestando o ventre da alma
perdendo a essência da alma
brincando no eterno da alma
sonhando a liberdade da alma
tendo no efêmero da calma
a certeza que o universo caminha sem passos.

Esse é o deserto da alma
e os lençóis que se evaporam no Saara
há janelas douradas
"que sempre voltam para casa".

Há Maomé de joelhos
enganando uma nação abastada
crianças na praça a gritar
não sabem que a felicidade é um peito aberto a gritar.

E EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
o último apelo dos vícios
não me limito ao abismo
antes ser deus do que ser faminto.

EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
a nudez se despe de cinismo.

O último apelo ao amigo
: deixa eu cravar em ti
essa minha melancolia!
Deixa eu ser pra ti
o anjo que se aniquila!

Lençóis na cama
janelas douradas
paredes brancas
roupas no varal
o beijo na face...
... enfim
a infância foi encontrada...


http://zinevertigem.blogspot.com.br/2012/01/na-porta-do-fundo.html

http://molholivre.blogspot.com.br/2012/08/infancia.html

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

DEPARO

(Por Ivan Silva)

não procurava e encontrei
a caminhar em meu coração desmatado,
um sentimento sobrevivente,
livre, incorruptível...
desses que, sei lá,
ou fogem ou atacam a gente.

domingo, 19 de agosto de 2012

rock and roll

(Por Ivan Silva)

dessa vez não há mais volta
o navio fantasma vaga na névoa
anjos em chamas despencam do azul
pairando cinza em meio ao caos

           o    corpo  divino


... com todo desespero do mundo
candidatos abraçam a criança sem lar
um a um
e abrem sorriso para foto
a criança nem X diz...
sem cessar vomita sangue.

sábado, 18 de agosto de 2012

VÍTIMA NÚMERO 24568932547...

(Por Ivan Silva)

No escuro. No escuro de órbitas vazias,
mal tateou um pedaço de papel que estava aos seus pés, escutou:
—Larga esse dinheiro aí, mendigo cego, é meu!
Largou e saiu tropeçando.
—Esqueceu seus olhos!—disse a gargalhada.
A sua volta, escuridão, só...
Fuga lenta.
Tateou algo sólido e contínuo. Parede, muro, não sabia.
O acompanhava sem dar passos. Ou teria ficado surdo?
Tudo se tornou silencioso... Mau cheiro, feridas em todo o corpo,
moscas pousando no cérebro. Para a ironia de sua noção de rumo o que era tateado deixou de ser sentido, escafedeu.
O tal cheiro sofreu aumento, as feridas... vômito de sangue.
Uma onomatopéia bem no coração.

Ao receber a ligação que esperava, o cliente abriu um sorriso de candidato e começou a tratar de sua campanha eleitoral.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

INTRÍNSECO

(Por Ivan Silva)

Loucura
minha amada
ou é a morte bem vestida
minha primeira namorada (?!)
loucura
minha amada
ladra
Ó
Ah
que horror!
transição de toda a febre
me destrua com seu beijo
acabe comigo
o inútil
criança dopada de riso desgraçado
roube de mim de uma vez por todas
esse tédio imensurável.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Brenfa nº01

Primeira edição do fanzine Brenfa, feito em parceria com Diego El Khouri. Para pedir o seu é só entrar em contato:

elkhouri.diego@hotmail.com- Diego El Khouri 
ou isrbaixo@hotmail.com- Ivan Silva

 

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ENTREVISTA COM GABRIELA IASI PILCH

Cantora, escritora, artista plástica. Um bate-papo rápido com essa poeta trabalhando os sentidos. Confiram aí:

1-Você mantinha um blog chamado "sentimento algum", onde postava seus poemas. Por quê esse nome? Pretende voltar?

Eu gosto de palavras que tenham várias formas de significados, o nome do blog: "sentimento algum" veio por representar o fato de existir ou não algum sentimento. Dependendo de como é usada, a palavra pode ser a afirmação ou o pedido pela busca de algum sentimento dentro ou ao redor das pessoas.

2-Música, poesia... pintura também se não me engano, quando começou a desenvolver seu lado artístico?
A primeira "arte" que fiz foi desenhar. Lembro que com 3 anos desenhei o Pato Donalds e não parei mais, rs. Me formei em Artes Plásticas mas como costumo dizer, para uma artista plástica eu sou uma ótima cozinheira. Escrever veio na adolescência e a música foi o que desenvolvi por último. Adoro tudo o que é ligado à Arte.
Amo escrever, cantar...mas sobre cozinhar, acho que é o que faço melhor! rs

3-Como é ser educadora?

A educação informal é muito gostosa pois é um desafio onde você precisa conquistar 20 pessoas à sua frente e geralmente tem meia hora para isso! Geralmente passa-se uma hora e meia com um grupo, então você tem uma hora para aproveitar a sua conquista e desenvolver algo! Fica sempre um gostinho de quero mais com cada um e esse trabalho não acaba. Aprende-se muito!

4-Sua arte é uma ferramenta no dia a dia?

Acredito que não a minha arte propiamente, mas o que ela faz comigo. Um olhar diferente sobre algo é o que sempre proponho para as pessoas, ligar coisas que de cara não estariam relacionadas e começar a perceber que é divertido fazer essas relações e que elas fazem muito sentido!

5-Às vezes, uma idéia fixa não quer sair da cabeça. Gostaria de inverter os papéis aqui... como é ser aprendiz? O que já aprendeu ensinando?
Isso! Sobre idéia fixa...às vezes um visitante entra no Museu ou na Galeria e inverte tudo o que eu pensava ou via, e isso é ótimo, abre a visão, nos coloca novamente "longe do espaço" que trabalhamos e nos faz enxergar aquilo que não vemos por tanto "ver".
Realmente o que fazemos 24 horas por dia, todas as pessoas, é aprender! A cada segundo aprendemos algo novo ou então fixamos algo já ensinado.
Lembro que uma garotinha de 5 anos me deixou sem palavras ao descrever uma imagem, e geralmente os pequenos são os melhores!

6-Desde de quando ouvi a banda que você tocava e cantava (Peserphone Eyes), senti algo bem Joy Division no ar. Sei lá, talvez seja só impressão minha. Mas enfim, mexeu muito comigo, no mínimo curioso. Sobre o que falam as letras?

As letras do Persephone Eyes falavam principalmente de sentimentos de perda. Eu e o vocalista, o André Januzzi, sem querer acabamos colocando em cada música, mesmo que de formas diferentes, algo que tivesse à ver com essa idéia.




7-Fala aí da Poemas de Maio.

O Poemas de Maio surgiu por uma vontade antiga que eu tinha de fazer algo mais leve, feminino e que pudesse experimentar sons mais abrangentes. Então, o Henrique ( baixista ) que já tinha guardado muitos sons que ele criava me passou e fomos construindo mais coisas.
Agora, com a formação toda: César - baixista e Sidney - guitarrista, estamos terminando as gravações do CD que se chamará: Fall. Estou adorando poder cantar e escrever as letras.



8-Um escritor e algo escrito pelo mesmo que você não esquece.

"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."


Franz Kafka


9-Um poema seu.

Não e de minha autoria esse corpo
Nem o nome ao qual me chamam
Eu mesmo fiquei perdido por aí
Tentando ser o que queria
Mas só posso ser
O que há em mim.


10-O que melhorou se é que melhorou e o que piorou com a chegada
das chamadas "redes sociais"?


Ah eu gosto das redes sociais, e lembro que foi por um serviço numa lan house dentro de uma escola onde eu escrevi grande parte dos meus poemas no blog que falamos à cima!
Meu pai era professor de Datilografia, adoro máquinas de escrever mas eu gosto de escrever mesmo é olhando para a flecha piscando na tela!
O que melhorou foi o fato de que nós podemos fazer a rede que temos, e fazemos de fato o que vemos, então muito do que reclamávamos na televisão, por não termos acesso à sua produção, aqui temos, e pelo que parece não é tão diferente pois há muita reclamação, então o problema somos nós!
O que melhorou? Nós possuímos  a ferramenta "Fazer" nas nossas mãos, nas nossas casas, hoje com uma simples câmera e idéias, com um blog, com o facebook podemos fazer "TV", movimentar um meio de massa! Então, mãos à massa! Mas tem que ser criada uma boa refeição!!


11-Futuro, presente, ou passado?

Os 3.

12-Por quê?

Tem uma frase da Camille Claudel que diz: Há sempre algo de ausente que me atormente.
Não consigo dizer que gosto ou acredito mais em um só, pois o tempo que eu escolher foi construído ou será vivido em função do outro!
Quando excluo um dos tempos, me sinto como na frase da Camille.


13-Algo pra essa entrevista sair do forno agora.


A menos que você tenha um bolo de cenoura com cobertura de chocolate quentinho no seu forno para tomar com café, mãos à obr..(massa) publicar a reportagem! rs