quarta-feira, 30 de abril de 2014

HORIZONS - de Pog Blue

Jorginho A. da Rocha, Pog meu irmão... músico e artista plástico. Sempre iluminando caminhos onde passa. Mesmo a distância é como se ainda estivesse por perto rabiscando alguma coisa ou tirando um som com seu violão e gaita. Quanta saudade... Quanto mais ouço essa canção mais reflito sobre os vários caminhos tomados, sobre os "Horizons" (Horizontes), e só sei que nossa convivência é algo que levo sempre comigo. (Ivan Silva)



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Segue abaixo alguns de seus desenhos e pinturas:








terça-feira, 22 de abril de 2014

Poemas musicados

Há um tempo venho fazendo um trabalho com poemas musicados e "Eu: verbo transgressivo obsessivo intransigente", poema de Diego El Khouri amigo poeta e irmão de longa data, faz parte desse álbum, que aos trancos e barrancos vai ficando pronto. Pra conferir a gravação e o poema:



EU: VERBO TRANSGRESSIVO OBSESSIVO INTRANSIGENTE

(por Diego EL Khouri)


Como um pássaro
sobrevoou pastos e cidades
prédios fábricas
catando a última flor
na lama encontrada.

Nesse meio tempo
entre a dor e a saudade
encontrei todo meu passado

e foi no seu corpo de fada
na sua boca molhada
que beijei meu lado errado.

Como um pássaro
que sobrevoa a cidade
com penas de soldado
roubo a realidade
numa ânsia embriagada
de ser o próprio pecado.


http://molholivre.blogspot.com.br/2014/04/poema-musicado_22.html

E também "Multidões de pássaros-estrelas -cadentes", outro que também está no trabalho, do poeta e vocalista da banda Blake Rimbaud, Edu Planchez, que reside no Rio de Janeiro. O poema é esse abaixo e a gravação pode ser encontrada no link: http://www.reverbnation.com/blakerimbaud/songs

Multidões de pássaros-estrelas -cadentes

Bem sei de onde vem todos esses ventos...
me pondo a prova de todas as voltagens,
de todos os sentidos, de todas as artes....

Perto e distante do pequeno grande homem,
inteiro e partido, armado de versos,
de portais de versos, de escudos de versos

Sou mesmo aquele que inflama o ambiente
com os mais frios e os mais quentes,
com as flechas Tupis, com os tacapes Yorubás

Perto de mim nascem árvores,
florestas completas, complexas formas,
geométricos pensares,
multidões de pássaros-estrelas-cadentes

Esse é o meu homem,
a ponta afiada da folha que o protege,
o sono dos peixes, o despertar do crustáceo
que esteve amorfo por kalpas no interior

(por Edu Planchez)

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Em breve pretendo lançar as demais. (Ivan Silva)

quarta-feira, 16 de abril de 2014

CARTÃO



O desenho acima é um dos cartões que ando fazendo. A frase de cabeça feita, necessidades criadas, ouvi por aí, mas ao invés de pessoa coloquei o papagaio.
(Ivan Silva)


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Antologia Veloso 2013

Trata-se de uma antologia poética, lançada pela Editora Veloso em comemoração ao dia Nacional da Poesia. Nela saiu três poemas meus, postados mais abaixo.

                                              Aqui o link pra quem quiser adquirir o livro  

http://livrariaveloso.lojaintegrada.com.br/




RESPOSTAS QUE O TEMPO EVITA DIZER
Das dificuldades encontradas,
duas voltaram, e agora mais terríveis:
Aproveitar o dia como se nada tivesse acontecido,
E viver sem fazer perguntas vazias...

Nada do que quero acontece, está tudo parado.
Ponho-me então a fazer movimentos.
Nada...
Paro e apanho no chão um jornal,
passo as páginas e leio.
Nada...
Nem uma folha seca rola na calçada.
Nada de vento... Nada...
Até a natureza hoje tirou o dia pra me fazer pirraça.
Caminho mais um pouco, paro no meio da pista.
E esses carros 0 km, não vão me atropelar?
Pessoas olham casas como se olhassem vitrines.
Promoção!
Grito para ver se alguém se manifesta.
Nada...
Ninguém...
Nem um sinal de seriedade...
As coisas estão indo bem...
Mas o que será que está acontecendo comigo?! 

PALCO DO NADA

Aos delírios e gargalhadas
Sentem-se no palco do nada.
Sem febre ou razão difundida
As cortinas se abrem à platéia viva!

Assistam: O velho palhaço chora,
No sorriso mais tolo do mundo.
Em uma hora terrível: é sua revolta!
Em uma ira tranqüila: é sua revolta!

A malícia é sempre contida
Como se o louco tivesse memória.
 Às vezes a platéia se comove

E no final, acaba—“Como pode?”
A cortina se fecha—Saíram todos pela porta,
Com medo da platéia morta.

O COVEIRO 

“Baudelaire me cavou uma cova profunda”
Nessa intriga o advogado aparece.
Defensivo, junto ao juiz de outras tumbas
E vão se ostentando as calunias.

“As flores do mal são terríveis de prova”
E o cenário despenca um gemido.
“Os tonéis são de fundo finitos”
E o ódio duvida e vacila a certeza.

O belo se horripila nos olhos.
As pupilas queimam tamanha frieza
“Onde está afinal essa espúria de cova?”

E a paisagem se entra em discórdia.
“Baudelaire coveiro dos malditos!”
E entra pela boca o verme dos ouvidos.

(por Ivan Silva)