sábado, 28 de abril de 2018

Aos 88

por Ivan Silva


"Aos 88"


Aos 88 e ainda mantinha a disposição
de andar pelas ruas


todos os dias


vendendo cantigas que inventava cantando
e transcrevia na hora...


Ninguém comprava. Todos estavam certos
mesmo quando disseram "larga isso,
não dá futuro, vintém, dim dim!"


É, 88 anos de cantiga e caminhando,
na pindaíba, mas não deu o gostinho
ao bando de conselheiros. Viveu e morreu
cantando.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Outros trabalhos

"Silêncios"
Arte de Ana Negrão





E acompanhando a pintura, um vivissimo poema de Nutyelly Cena que caminha pelo cotidiano ai afora:







12 de dezembro de 2012
   
"? "


 Hoje eu saí e pensei que o dia fosse  ficar diferente. E ficou. Pronto, respirei aliviada.
 Ás vezes costumo olhar para as pessoas e pensar sobre suas vidas, tenho essa curiosidade de ficar  pensando no que foi capaz de as fazerem chorar, rir do que as fazem felizes e por aí e me teletransporto para o mundo dos outros.Aquele dia o corredor do hospital estava vazio. Havia duas enfermeiras, uma senhora rezando, uma sentada e uma mulher cansada no balcão. Fiquei olhando para a  porta da sala de emergência pra ver que atrás daquela porta se escondia muitas vidas.

 Meu olhar passou por um quarto com a porta aberta, vi uma mulher pálida, de cabeça raspada que olhava para a janela chorando nesse momento meu mundo se transportou para o dela pensei nela na infância no que ela gostava de brincar. Se ela chegava em casa depois de brincar na rua com os amigos. Ela na escola, preocupada em passar de ano. E agora ela estava ali, frágil. O que ela pensava ao olhar pela janela? Senti uma vontade enorme de entrar ali e abraçá-la, mas então a senhora do balção me chamou e voltei

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Grito

Grito pra cima dos muros, coraçoes frios e mentes cinzas


Ivan Silva8